terça-feira, 22 de março de 2011

A TRI-UNIDADE DE DEUS - "TRÊS EM UM OU UM EM TRÊS"

Esta doutrina constitui um mistério para o raciocínio humano. A razão nos mostra a unidade de Deus, só a revelação nos mostra a sua Tri-unidade.
A Tri-unidade de Deus é a doutrina acolhida pela maioria das igrejas cristãs, ou seja, elas crêem em três pessoas distintas: O PAI, O FILHO E O ESPÍRÍTO SANTO.

Para os seus defensores, é um dos dogmas centrais da fé cristã, considerados um dos mistérios mais difíceis de interpretar e compreender.
Esse mistério provoca em todos nós a seguinte pergunta: Como posso aceitar um Deus que é três em um e um em três?
Não temos a última palavra sobre este assunto, mas podemos abordar da maneira como a Bíblia nos ensina.
Vamos designar por termos a idéia da tríplice manifestação de Deus (Trindade) e a do seu modo triúno de existir (Tri-unidade).

I. DEFINIÇÃO DOS TERMOS TRINDADE E TRIUNIDADE

Trindade significa a tríplice manifestação de Deus ou a sua manifestação no Pai, no Filho e no Espírito Santo; e o termo Tri-unidade o tríplice modo da existência de Deus, que é a existência de três em um.
Temos a doutrina da Trindade pelo fato de Deus se haver revelado como Pai, como Filho e como Espírito Santo.
Há uma tríplice revelação porque há um modo tríplice de existir. Ainda mais, a teologia afirma que a Tri-unidade foi conhecida por causa da Trindade.
Há em Deus três personalidades distintas e divinas, sendo cada uma delas igual à outra quanto à natureza. No entanto, não há três deuses: Deus é um só.

II. A DOUTRINA DA TRINDADE NA REVELAÇÃO

1. A Trindade do Antigo Testamento

Não encontramos claramente definidas as distinções do Pai, do Filho e do Espírito Santo, pois esta é uma doutrina característica do Novo Testamento. No entanto, há texto que sugerem a sua existência: Gn 1.1,2; 6.3; 11.7; Is 6.8; 9.6; Mq 5.2; Jó 33.4; Sl 51.11; Is 61.1; 63.10. Existem ainda outros textos. Concluímos que ainda que estes textos citados não nos tragam luz suficiente sobre a doutrina da Trindade, neles encontramos pelo menos, o germe; é no Novo Testamento que a encontramos plenamente desenvolvida.

2. A Trindade no Novo Testamento

É aqui que a doutrina chega a seu completo desenvolvimento. Segundo o Novo Testamento, há três Pessoas reconhecidas como Deus:

a) O Pai reconhecido como Deus (Jo 6.27; 8.41; 2 Co 1.2; Ef 4.6; 1 Pe 1.2; etc).
b) Jesus reconhecido como Deus (Jo 1.1; 1.18; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.1; 1 Jo 5.20; etc)
c) O Espírito Santo reconhecido como Deus (At 5.3,4; 1 Co 3.16; 6.19; 12.4-6; etc)

3. As três pessoas são distintas

Cada pessoa é uma, tem características próprias e distintas:
a) O Pai é o Filho são pessoas distintas (Jo 5.32,37; 1.14; 3.16; Gl 4.4; etc)
b) O Pai e o Filho distinguem-se do Espírito Santo (Jo 14.16,17; 15.26; 14.26; Gl 4.6)
c) O Espírito distingue-se do Pai e do Filho (Mt 3.16,17; e textos acima; etc)

4. As Distinções Pessoais são Eternas

A Bíblia não afirma que a Trindade consta de três manifestações, isto é, manifestações em épocas diferentes, da mesma Pessoa, porque a Trindade não é devida à sua manifestação tríplice, e sim, ao tríplice modo de existência. As três manifestações (no Pai, no Filho e no Espírito Santo) baseiam-se no modo da existência de Deus. Por isso as distinções são eternas.

III. A TRI-UNIDADE DE DEUS NA REVELAÇÃO

Entende-se por Tri-unidade o modo de Deus existir em três Pessoas. A trindade refere-se à revelação de Deus, ao passo que a Tri-unidade refere-se à existência de Deus. Mas, não temos a Tri-unidade de Deus tão claramente revelada na Bíblia como temos a Trindade.

Podemos encontrar na Bíblia o suficiente para justificar-nos em dizer alguma coisa sobre a Tri-unidade na revelação. A Bíblia não é um livro de filosofia, e sim, um livro religioso e prático.

1. A Tri-unidade de Deus no Antigo Testamento

Da mesma forma que a Trindade não se encontra completamente definida no Antigo Testamento, para a Tri-unidade não se encontra ensinos claros. Contudo algumas passagens nos fornecem algumas sugestões. (Gn 1.26; 11.7; Is 6.8; etc). A idéia principal do Antigo Testamento é a unidade de Deus.

2. A Tri-unidade de Deus no Novo Testamento

Podemos agrupar as passagens que se referem a este assunto em três classes:

a) As que ensinam que Jesus e o Pai são um (Jo 17.21-23)
b) As que apresentam a bênção apostólica (2 Co 13.13)
c) A fórmula do batismo (Mt 28.19)

Quando reunimos o que temos no Antigo Testamento ao que achamos no Novo Testamento sobre a Tri-unidade, essa doutrina fica claramente estabelecida.
Sem dúvida não tão clara como a da Trindade. Mas, das considerações sobre o assunto, conclui-se que as Escrituras ensinam a Tri-unidade de Deus, isto é, que Deus é três em um.
Tendo estudado a doutrina da Trindade e da Tri-unidade na Bíblia, podemos
 compreender que Deus revelou-se “no” Pai, “no” Filho e “no” Espírito Santo; e não “como”.
Estas três pessoas são igualmente divinas, porém, inteiramente distintas. Mas existem de forma triúna. A doutrina da Trindade é essencial a uma verdadeira compreensão de Deus. Sem a doutrina da Trindade não poderíamos ter a doutrina do monoteísmo.

Concluímos, pois, que Deus é uma unidade tríplice: um em três e três em um. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único Deus..
Lá na glória, esses mistérios serão totalmente revelados:
“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido”.
(1 Co 13.12).




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

sexta-feira, 18 de março de 2011

ACORDA IGREJA DE JESUS!

Muito mais que uma mera organização ou sociedade humana, a Igreja é um organismo vivo. A Igreja tem inicio antes de ser apresentada ao mundo. Na eternidade, antes de criar o homem, Deus arquitetou um plano para restaurar os seres humanos, e Deus determinou a participação decisiva da Igreja nesse plano.

Paulo nos fala em sua carta aos Efésios 3:9-10, do “mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”. A idéia de Igreja era de “um organismo vivo”, e com o passar dos anos passou a ser “uma instituição denominacional”. O conceito de Igreja foi perdendo o seu real valor por causa de três movimentos ocorridos no mundo:

Primeiro - No século XVIII, surgi nas escolas teológicas da Alemanha um movimento chamado liberalismo teológico, esse movimento ensinava que a Bíblia não era a Palavra de Deus, que textos da Bíblia não eram verdadeiros, que as escrituras não tinham verdades absolutas e que muitos textos eram somente para a época em que foram escritos. O resultado desse movimento foi à morte da fé de muitos e a diminuição do ímpeto missionário em todo mundo.

Segundo – No século XIX, surgi um movimento chamado de humanismo secular, inserindo uma filosofia que destruiria as Igrejas institucionais da Inglaterra, hoje a Inglaterra se tornou um país pós-cristão.

Terceiro – No século XX, surgiu uma filosofia chamada pragmatismo, que tem assolado a Igreja no mundo. Essa filosofia ensina que tudo que dá certo é bom e deve ser implantado.

Hoje vemos Igrejas utilizando de técnicas pragmáticas, de misticismo sincrético e de técnicas de propaganda em massa para atrair pessoas para suas denominações. A idéia de Igreja como corpo e não como instituição está longe de ser uma realidade. Estamos entrando pelo caminho da descaracterização da Igreja.

A igreja para muitos é uma empresa que deve dar bons lucros, já existe até um manual de ”como montar uma igreja”. É possível fazer uma pesquisa de mercado, ver o melhor lugar para alugar um salão, comprar os equipamentos corretos, como instalar as caixas de som de forma mais agradável ao público, como atrair pessoas que serão bons contribuintes, como contratar pregadores profissionais que terão a tarefa de pregar o que agrada as pessoas. As igrejas podem crescer por franquias, os pastores podem ter participação nos lucros. O proselitismo é uma arma proveitosa. O nome da instituição deve ser sugestivo, que chame a atenção. Técnicas de sugestão psicológica podem ser inseridas, sincretismo religioso, técnicas pragmáticas, louvores extravagantes e liberdade nos usos e costumes. É a perda da identidade da Igreja.

Precisamos retornar ao principio de tudo, quando as Igrejas locais tinham o seu próprio modo de governo, constituído dos Diáconos, que cuidavam da assistência aos necessitados e dum corpo de Pastores compromissados com as verdades bíblicas, não tendo nenhuma comunidade domínio sobre a outra, e nenhum líder supremacia sobre o demais obreiros.
Quero concluir dando uma descrição de um culto realizado pela igreja, em uma época que a Igreja institucional ainda não existia, a administração era simples e não havia o uso de técnicas de convencimento ou sugestão psicológica.
Justino, o Mártir, que morreu no ano 167 d.C. deixou-nos a descrição de um culto realizado em sua época:

“No domingo há uma reunião de todos os que moram nas cidades e aldeias: lê-se um trecho das memórias dos apóstolos e dos profetas. O dirigente num discurso admoesta e exorta a obediência dessas nobres palavras, depois disso, todos se levantam e fazem uma oração comum. Os ouvintes contribuem conforme sua liberalidade, esta oferta é entregue ao dirigente que com ela, atende a órfãos, viúvas, prisioneiros, estrangeiros e a todos que estão em necessidade”.

Estou convicto da necessidade de uma nova reforma, precisamos falar mais sobre a Igreja como corpo, pois a igreja institucional está destruindo a identidade da Igreja do Senhor Jesus.
É tempo do povo de Deus ACORDAR!!!!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...